História das Línguas


INCIDENTES LINGUÍSTICOS QUE MUDARAM A HISTÓRIA

  • Na América do Sul como um todo, é maior o número de pessoas que falam Português do que Espanhol. Os falantes do português concentraram-se no Brasil, a grande saliência original da América do Sul. Falam português em vez do espanhol por causada de uma decisão papal, tomada há quinhentos anos, que se destinava a manter a paz entre Espanha e Portugal. Em 1481, quando navegantes espanhóis e portugueses já começavam a explorar o Atlântico, o Papa reinante – emitiu uma bula outorgando a Portugal todas as terras ainda não descobertas além de uma linha horizontal ao sul das ilhas Canárias, e todas as terras ao norte dessa linha á Espanha. Em 1493, no ano depois de Colombo ter descoberto o Novo Mundo com patrocínio de Espanha, o papa mudou a linha limítrofe. Concedeu as “novas terras além de trinta e oito graus a leste, a Portugal – o que levou Francisco I da França a comentar: “gostaria de ver trecho do testamento de Adão que divide o Novo Mundo entre meus irmão Carlos V da Espanha e o rei de Portugal”. Em 1494, um último acordo deslocou linha para oeste até quarenta e seis graus e trinta e sete minutos, permitindo que Portugal reivindicasse a grande porção de terra que veio a se tornar o Brasil.
  • Hiroxima e Nagasáqui poderiam ter sido poupadas da bomba atômica se uma única palavra japonesa tivesse sido traduzida de modo diverso. A palavra é mokusatsu, que pode significar tanto “ignorar” como “recusar-se a comentar” ou “não ter comentário”. Antes de lançar a primeira bomba atômica, os Estados Unidos alertaram o Japão da existência de uma nova arma e deram ao governo japonês a oportunidade de se render a fim de enviar a esmagadora destruição de suas cidades. O governo imperial anunciou internacionalmente que, enquanto aguardava um debate de situação pelo ministério, seguiria uma política de mokusatsu.esse verbo foi trazido como “ignorar” - e a bomba foi lançada.
  • Milhares de pessoas foram mortas ou torturadas no império greco-romano de Bizâncio por causa da diferença de uma letra grafia de duas palavras-chaves numa controvérsia religiosa. A discordância foi a respeito da natureza de Cristo e se chama “a heresia ariana”, remetendo à facção perdedora os seguidores de Ário. Os arianos insistiam em que a natureza de Cristo é descrita pela palavra grega homoisian, significado que o Criador, o Redentor e o Espirito Santo são de natureza “semelhante”, enquanto a crença ortodoxa é de bomoôsian, da “mesma” natureza. O conflito acarretado por essa diferença é típico das lutas internas que afetaram o Império Romano do Oriente, enfraquecendo-o cada vez mais e finalmente tornando possíveis as sucessivas invasões pelos árabes muçulmanos, e a vitória final dos turcos muçulmanos, que conquistaram Constantinopla em 1453, pondo final ao Império do Oriente.
  • Durante a Segunda Guerra Mundial, o uso que fazia Churchill da língua inglesa constituiu um dos grandes meios de elevar o moral, permitindo que os ingleses dessem continuidade a sua resistência contra a Alemanha nazista quando a Inglaterra se viu sozinha após a queda da França. Talvez a mais notável de suas expressões, que enchia de orgulho e brio seus ouvintes, seja “sangue, trabalho, lágrimas e suor”. Por coincidência, uma frase semelhante havia sido empregada trezentos e noventa e nove anos antes por John Donne, que escreveu: “tis is vain to do so or mollify it with thy tears or sweat or blood”.
  • O Alemão quase se tornou a língua oficial dos Estados Unidos de América. O congresso Central, reunido em Philadélfia durante a revolução americana, a certa altura examinou a questão de se adotar um novo idioma para os futuros Estados Unidos, talvez com o fito de cortar todos os laços com a Inglaterra. Entre as línguas sugeridas estavam o alemão, o hebraico e o francês. O alemão era o favorito, por várias razões: havia muitos americanos falantes do alemão na Pensilvânia e em outros estados, os colonizadores holandeses de Nova York e outros locais poderiam aprender o alemão com facilidade, o alemão seria fácil para os colonizadores aprenderem, já que é semelhante ao inglês, os hessianos, contingentes de soldados alemães “alugados” pelos ingleses, estavam desertando e passando para o lado dos americanos, sendo que muitos desejavam permanecer na América. No entanto, quando a proposta foi votada, o inglês foi escolhido como a língua nova da república – sendo a maioria atingida com a diferença de um voto!
  • Jorge III, que falava alemão fluentemente, foi o primeiro rei entre os Jorges da casa de Hannover a ser fluente em inglês.
  • A conquista do Império Asteca por Cortés foi grandemente facilitada por uma ponte linguística criada por dois interpretes. Após os espanhóis terem desembarcado e estarem engajados em combate na costa do México, um guerreiro maia, cor de bronze, em via de ser morto, de repente gritou em espanhol:
  • “não me mateis, caballero. Sou castelhano como vós!” descobriu-se mais tarde que se tratava de um náufrago espanhol, bastante queimado de sol, que se havia unido aos Maias. Mais tarde, Cortés adquiriu uma mulher índia, Malintzin, que falava tanto maia quanto asteca, de modo que Cortés e seus homens podiam comunicar-se com os astecas utilizando os dois intérpretes e todas as três línguas: do espanhol para mais e daí para o asteca e vice-versa. Malintzín logo aprendeu o idioma espanhol, ganhou novo nome, Marina, e um amante – o próprio Cortés (esse relacionamento teve fim quando Cortés a fez casar-se com um de seus subordinados). Marina podia falar diretamente com os governantes astecas e também, compreender o que diziam entre eles, ao passo que os astecas não entendiam as conversas ou as ordens dos invasores espanhóis – de modo que permaneceram ignorantes da ruína que se aproximava.
  • Malintzín-Marina, apesar de sua ajuda aos espanhóis, ou mesmo por causa dela, é considerada pelos mexicanos como uma traidora de seu povo, e até o nome Malinche, pronúncia local de Malintzin,é palavra que expressa desprezo.No México moderno t termo malinchero denota o mexicano grosseiramente devotado aos interesses estrangeiros.
  • As quatro palavras que de repente surgiram na parede durante o banquete de Baltasar da Babilônia e que foram interpretadas pela profeta Daniel(Daniel,5) serviam como profecia e talvez como choque psicológico para os babilônios que participavam da festa. As quatro palavras -mene, mene, tekel, upharsi (em americano: “os numerados, numerado, pesados, divididos”) - formam interpretadas pelo profeta como: “Deus contou os dias do teu reino e lhe pôs terno. Tu foste pesado na balança e achou-se que estavas falto de peso. Teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas”. Essa interpretação decerto não encorajou os babilônios quando, naquela mesma noite, se viram engajados em batalha contra os medos e os persas que, durante o próprio banquete, se acercavam da cidade. Em seguida, os judeus tiveram melhor destino sob os persas do que sob os babilônios, e finalmente retornaram a Israel.
  • O resultado de uma importante batalha nas Ardenas, durante a última contra-ofensiva alemã na Segunda Guerra Mundial, foi provavelmente influenciado – e certamente sobressai na memória – pelo uso de uma única palavra que fez o general Anthony McAuliffe. A palavra foi “Nuts!” — a resposta dada pelo general a uma oferta alemã para que ele conconrdasse em render as tropas sob seu comando, a fim de evitar sua aniquilação. A petulância da resposta elevou o moral de suas tropas, que eram em número inferior ás alemãs, e elas tiveram sucesso em manter a posição, assim contribuindo para a vitória na batalha das Ardenas. O posto de comando alemão que recebeu a mensagem monossilábica, sem compreender totalmente a natureza zombeteira da palavra, de início interpretou-a em seu significado de “louco”. Só mais tarde atinaram com sua grandiosa insolência, pois a interjeição exprime forte contrariedade e ira, contendo quase a mesma agressividade de um palavrão.
  • Já foi dito muitas vezes, com maior ou menor seriedade, que a Primeira Guerra Mundial foi causada pelos sinais de trânsito. Todos os povos subjugados da Europa antes da guerra – servos, croatas, eslovenos, tchecos, eslovacos, poloneses, romenos, letões, lituanos, estonianos e franceses da Alsácia-Lorena – tinha nos sinais de trânsito de suas próprias cidades um constante lembrete de sua condição servil, pois eles eram escritos na língua oficial de seus senhores, os impérios Austro-húngaro, alemão ou russo. No entanto, depois de duas guerras mundiais e da atual liberdade de utilizar sua própria língua na Europa central e oriental, a fragmentação em nações pouco melhorou a situação geral diante do que era sob aspecto de “mercado comum” do antigo Império Austro-húngaro. Na realidade, após duas guerras mundiais, o bloco controlado pela URSS estende-se, na Europa central, por uma grande distância pra além das antigas fronteiras do Império Russo.
  • O ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, numa tentativa tardia de exortar os alemães a esforços ainda maiores para atingir a vitória final na Segunda Grande Guerra, alertou a multidão reunida em comício de que, se os aliados vencessem a guerra, o povo alemão seria forçado a aprender inglês, língua de som desagradável e extremamente difícil. É provável que essa ameaça não tenha surtido qualquer efeito sobre o esforço de guerra, e embora os aliados tenham vencido, o alemão ainda floresce como a língua mais importante da Europa central. Após o russo, é a que tem maior número de falantes na Europa.
Todas as crianças francesas aprenderam na escola que o comandante da guarda imperial de Napoleão em Waterloo respondeu à oferta de rendição dos ingleses com as palavras imortais: “A guarda morre, mas nunca se rende”. Essa nobre declaração é atribuída ao General Pierre Cambronne, no entanto considera-se que suas verdadeiras palavras tenham sido mais no tom da resposta do General McAuliffe aos alemães, cento e trinta anos mais tarde. Com base em relatórios de participantes da batalha o que o General Cambronne realmente
disse foi:          
  “Merde! La garde ne se rend jamais” 
 (“Merda! A guarda nunca se rende”)                                      o som da frase, ecoando do ribombar dos canhões e dos gritos de homens e cavalos, talvez tenha dado margem à interpretação mais aceitável impressa nos livros escolares:  “la garde meurt mais ne se rende jamais”. 
 (“A guarda morre, mas nunca se rende.”)o nome de Cambronne ainda está ligado à segunda versão. Quando a palavra ofensiva é mencionada numa conversa educada em francês (a mais polida entre as línguas), é denominada le mot de Cambronne, “a palavra de Cambronne”, ou algumas vezes apenas les cinq lettres, “as cinco letras”. A palavra também é usada para desejar “boa sorte” a um ator quando ele vai entrar no palco, ou para alguém que está para se defrontar com uma situação difícil. Quando o primeiro astronauta francês entrou numa cápsula espacial para o lançamento, a última palavra de adeus e boa sorte que ouviu foi sem dúvida le mot de Cambronne.

Como surgiram as línguas?


Ninguém sabe como ou quando surgiram as línguas, qual foi a primeira, ou qual é a mais antiga entre as faladas hoje em dia. Geralmente aceito que a língua evoluiu a partir de uma serie de sinais sonoros, tais como utilizados pelas aves e peixes e pelos animais terrestre e marinhos.

















Nos países de línguas árabe e entre os muçulmanos, será bom lembrar-se de dizer Ma sha´ Allah (“Que Alá Proteja”) quando se admira uma criança, foto de pessoa da família, um amigo intimo, uma casa nova, automóvel, cavalo ou qualquer coisa favorita ou de valor. Acredita-se que um cumprimento feito sem ser seguido por essa frase traz o mal, ou atraí o “mau olhado” sobre o objeto querido.

No mundo lusófono, o Brasil é, inegavelmente, o país mais receptivo à adoção de itens lexicais estrangeiros. Embora a reserva com que os puristas veem o ingresso de empréstimos linguísticos, denominando-os, pejorativamente, barbarismos, esse processo é comum em todas as línguas do mundo, desde que o falante nativo esteja em contato constante com outros sistemas linguísticos.

Continua...

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